Andamos numa constante busca pela felicidade, por viver em pleno, por encontrarmos a paz na nossa vida.
Mas, às vezes, procuramos tanto que nos atropelamos a nós próprios.
Definir felicidade é muito difícil, porque o que para mim me faz feliz, para vocês pode não fazer e vice versa.
Há quem encontre a felicidade em pequenas coisas do dia a dia e há quem só a encontre em grandes desafios.
Há quem a encontre em pessoas, em sentimentos.
Outros há que a sentem com experiências, com coisas, com bens materiais.
Todas as formas são válidas.
Porque, na verdade, felicidade significa coisas diferentes para cada um de nós e isso não pode ser condenável, é a liberdade de se escolher.
E muitas vezes complicamos este processo simples de aceitar a felicidade de cada um.
Eu não acredito em fórmulas mágicas da felicidade, nem em livros com mantras de felicidade nem em frases bonitas catalisadoras da felicidade.
Para mim a felicidade é aquele cliché do dia-a-dia, mas também é em grandes desafios, em viagens, em atingir objectivos e também em bens materiais.
A felicidade é um estado de alma, é estar bem.
Mas, por vezes, em coisas pequenas do dia-a-dia atropelamos os nossos planos para atingir a felicidade.
O povo é muito sábio e os ditados populares têm muito de realidade:
“Fazes a cama onde te deitas”
Esta frase não é mais que efeito-consequência e é, neste sentido, que muitas vezes boicotamos a nossa paz, a nossa felicidade.
Começo por o boicote que mais falo aqui no blog e que considero ser o mais importante.
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RELAÇÕES TÓXICAS
Pouco ou nada posso acrescentar a tudo o que já disse sobre este tema, mas insisto dizer que se nos relacionarmos com pessoas tóxicas dificilmente vamos conseguir ter com essa pessoa uma relação feliz e saudável.
As relações, seja de que natureza forem, têm que ser bilaterais e funcionais e jamais destrutivas.
Temos que ter nas pessoas da nossa vida um porto de abrigo, um ombro, um encontro de risada, um muro de partilha.
Não nos podemos permitir ter alguém que não se importa connosco, que nos transporta para situações limite, que não nos protege, que não nos considere.
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FOCO ERRADO
Sabem o programa do Daniel Oliveira onde as pessoas dizem: Gosto disto… Não gosto daquilo…
Já repararam que a maioria dos convidados tem mais facilidade em dizer: “Não gosto de” do que “Gosto de”.
Porque, na verdade, somos todos assim!
Temos mais facilidade em dizer o que não gostamos do que o que gostamos.
E passamos tempo demais a falar do que não gostamos, do que não queremos, do que não nos deixa feliz.
E temos que mudar o foco.
Temos que dizer mais vezes o que gostamos, o que nos deixa feliz, o que nos inspira, o que sonhamos, o que acreditamos, o que nos faz sentir bonitos, alegres e por aí fora.
Porque inevitavelmente, ao dizermos muitas vezes o que não gostamos, o que não queremos, estamos a focar no negativo e isso não é nada bom.
Créditos: Johen Redman
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HÁBITOS ERRADOS
Para nos sentirmos felizes e tranquilos temos que estar alinhados, tem que haver uma parceria saudável entre corpo e mente.
Temos que cuidar de nós, temos que nos alimentar bem, beber muita água, fazer desporto, dormir bem, evitar situações de stress, cuidar verdadeiramente de nós.
Se passamos a vida a comer coisas que nos fazem mal, a dormir pouco, com os níveis de stress muito altos vai ser difícil estarmos em pleno.
Porque o corpo não vai responder bem e a mente vai acusar cansaço e dor.
Por isso, temos que estar alinhados com o mesmo objectivo.
Claro que dias não são dias e sair um dia até de manhã, beber uns copos, comer fast food faz parte do processo, faz até parte de manter os níveis de felicidade.
Mas depois há que equilibrar novamente o organismo e continuar com uma caminhada saudável.
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NÃO NÃO NÃO
Saber dizer não, é outra coisa que falo muito aqui no blog.
Desde que aprendi, por experiência própria, a importância de dizer não, que não me canso de insistir neste tema.
Quantas vezes deixamos de fazer o que queremos porque não conseguimos dizer não?
Quantas vezes atropelamos a nossa própria agenda, deixando assuntos nossos para trás, porque não conseguimos dizer não?
Quantas vezes somos infelizes porque não conseguimos dizer não?
Dizer não, não significa que somos egoístas e que só pensamos em nós.
Dizer não, significa que temos respeito por nós!
Que temos respeito pelo nosso tempo.
É muito diferente!
E permitir isso é um erro dos grandes.
Créditos: Brooke Cagle
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NÃO SOMOS A CHÁVENA DE TODOS OS CAFÉS
Tinha um amigo que infelizmente já não está entre nós, com quem tinha conversas brutais, ele era muito sábio e ensinou-me tanto da vida.
Uma vez, almoçamos em frente ao rio e ele disse-me isto:
“Não somos a chávena de todos os cafés!”
Falávamos de levar os assuntos para o foro pessoal.
E do erro que isso pode ser, do quão destrutivo pode ser.
Nesse dia, fomos mal atendidos, por algum motivo o empregado foi bruto, pouco correcto, pouco profissional…
Começamos a analisar aquele comportamento.
Provavelmente iriamos ficar chateados, iriamos reclamar, iriamos perder energia, iriamos perder o foco daquele almoço em frente ao rio com uma vista do caraças.
Então, decidimos perceber que não somos a única bolacha do pacote e que muito provavelmente nada daquilo seria pessoal.
Aquele homem devia estar num péssimo dia, devia ter tido uma má notícia, devia estar com dores… sei lá!
Sei lá e também não interessa, porque não podemos perder o nosso tempo com isso.
Nem tampouco achar que é qualquer problema connosco, porque não é!
Se ele, enquanto empregado, pode trazer os problemas pessoais para o trabalho, dizem que não, mas todos o fazem, porque não somos máquinas. Falhamos e há assuntos que não conseguimos deixar à porta quando entramos no trabalho.
Só não podemos é levar tudo para o foro pessoal e o truque é nem pensar muito nisso.
Relativizar, não dar importância, desprezar, porque nós não somos a chávena de todos os cafés!
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ERREI E ENTÃO?
Errei e por isso vou martirizar-me 13 anos, 27 meses e 123455 dias…
Não! Errei, pronto e a vida segue.
É aprender, é tirar lição do que aconteceu, é tentar resolver e depois a vida segue!
Acabou! Não vamos fazer disso um drama sem fim, um arrastar de situação que nos faz mal.
Se tivermos que chorar, choramos.
Se tivermos que gritar, gritamos.
Fazemos tudo o que tivermos que fazer, respeitamos o tempo de cairmos e levantarmos, mas a vida segue!
Vamos parar com a frase:
“Eu não me perdoou de…”
Isso não serve para nada, se não dor e mais dor.
Vamos libertar essas amarras doentias.
Não há planos perfeitos e infalíveis e nem sempre conseguimos desviarmos de falhas e erros.
Sabem porquê que o nosso processo interior de perdoar tem que ser rápido e eficaz? Porque vamos ter sempre pessoas a apontar-nos o dedo e a deitar-nos a baixo, não precisamos de também sermos nós a fazemos.
O processo do auto-perdão é muito importante para que nos levantemos, para que deixemos de ter pena de nós e que continuemos o nosso caminho.
E não deixem que ninguém vos alimente essa penalização.
Créditos: Enrico Carcasci
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A AMBIGUIDADE DO TEMPO
Há situações que precisam de tempo para acontecerem.
Sabermos ter a serenidade para esperar por esse tempo é difícil mas é um truque muito sábio.
Mas atenção que nem todas as situações precisam de tempo, nem todas as situações dependem do tempo para correrem bem.
Não há momentos certos e parece que passamos a vida à espera desse momento certo.
O momento certo é o que escolhermos ser o certo, somos nós que o definimos de certo. E até pode nem ser!
Há aquelas pessoas que esperam a semana toda para viver ao fim-de-semana ou que esperam o ano todo, para viverem um mês de férias.
Todos os dias contam, no calendário não há dias zero, então temos que fazer todos os dias valerem a pena.
Dar tempo ao que precisa de tempo e não dar tempo, ao que precisa de vida.
A vida começa todos os dias!
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DESISTIR
Desistir tem sempre conotação negativa, mas nem sempre é.
Eu sou apologista que devemos desistir das coisas que não fazem sentido.
Se temos um emprego que nos deixa extremamente infelizes e queremos mudar, mas que todas as pessoas à nossa volta dizem que devemos manter porque a empresa é boa, porque as condições são boas, porque não iremos arranjar nada melhor, o que fazemos?
Depende de cada um! Se a decisão for vossa, se for uma decisão responsável, se já há uma solução em vista, mesmo que essa solução passe por ficar uns tempos a procurar ou a trabalhar numa ONG, mas que tem como se sustentar, então não temos que ouvir os outros.
Somos responsáveis por nós, pela nossa felicidade.
Há coisas tão sérias como a felicidade que não podemos deixar nas mãos dos outros.
Não deixem que vos digam que vão desistir de uma carreira por um devaneio, que vão mandar para o lixo anos e anos de estudo, não deixem que vos subestimem e que não vejam o quão pensada é a vossa decisão.
Será que as pessoas que estão ao vosso lado e que estão a desprezar o vosso grito mudo de desespero em busca da felicidade são as pessoas certas?
Será que as pessoas certas não serão aquelas que apoiam, dão ideias, e que dizem:
“Estou aqui para o que der e vier!”
Desistir não é mau!
A vida é feita de inícios e fins e desistir de um projecto hoje, significa que amanhã outro virá.
Mais uma vez o povo é que sabe:
“Fecha-se a porta, abre-se uma janela!”
E eu em relação a esta frase costumo dizer:
“E de onde se tem melhor vista? Da porta ou da janela? 🙂
Créditos: Kinga Cichewicz
Eu sei que me alonguei muito, mas confesso que fiquei empolgada em escrever!
Eu adoro escrever e então, fui por aí fora!
Mas agora digam-me…
Há algum destes boicotes que vos roubam a felicidade?
♥
Créditos da fotografia de destaque: Barbara Alçada
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O que é ressignificar?