Se caíres… morres!

Ela nem sempre soube o que queria.

Em pequena era uma princesa cheia de sonhos.

Também pensava em coisas tristes.

Vivia dentro de uma solidão permanente.

E o mundo lá fora, era um sitio estranho.

Mas curiosa, sempre teve o bicho de beliscar o mundo.

E medo. Sempre teve medo do que estava depois de cada esquina.

Ela era assim.

Um misto de tudo e de nada.

Queria ser muita coisa, mas acabou por aprender a safar-se.

Saber safar-se no País do desenrasque parecia-lhe boa ideia.

Foi vivendo a correr, foi vivendo a tentar escapar de buracos.

A fragilidade da idade permitiu-a sorrir em momentos onde precisava de uma mão maior.

Raramente teve essa mão maior, essa rede de trampolim debaixo dos pés.

Era tudo sem rede, era tudo como nos circos que iam lá à terra.

Se caíres… morres!

E foi nesse limbo que aprendeu a amar as coisas pequenas na vida.

Que aprendeu a sorrir nos intervalos das lágrimas.

Que aprendeu a amplificar a emoção em tudo o que fazia e sentia.

Que conheceu o melhor e o pior que o ser humano é capaz.

Mas aprendeu que a vida não é um constante Natal cheio de fatias douradas e filhoses.

Nem um verão de julho cheio de sol e caipirinhas.

A vida tem tudo e em pouco, se transforma em nada.

E por isso, tenta sempre que cada minute conte, mesmo que não seja como sonhou.

Porque afinal, ela nem sempre soube o que queria.

E durante muito tempo, não sabia o que queria dizer ser feliz.

Mas em algum momento, percebeu que talvez fosse aquele estado de espírito que lhe dava alguma paz de sorriso nos lábios.

E se for feliz for isso, então é isso que ela quer.

 

 

Créditos da fotografia: Matt Glm

 

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