E o balão foi-se…

Na semana passada estava a conduzir quando uma criança se atravessou a chorar à frente do meu carro…

Eu ia relativamente devagar, não cheguei sequer a ter que fazer uma travagem brusca, mas encostei para perceber se podia ajudar.

“O balão dela voou e ela está inconsolável. Saiu a correr do prédio para o apanhar.”

Contou-me a Mãe.

Ela chorava desalmadamente.

Chorava tanto, que soluçava.

Não conseguia sequer ouvir nada nem ninguém.

Olhava para o céu e chorava ainda mais.

Também olhei e vi o balão a ir…

Quando fui embora, fiquei a pensar que quando temos 4/5 anos as nossas preocupações são estas.

Sei que é cliché dizer que é bom sermos pequenos porque não temos que nos preocupar com nada, mas não é bem assim.

As crianças sofrem tanto, mesmo que seja com coisas que para nós (adultos) não tenham qualquer sentido, mas que para elas vão a uma dimensão galáctica.

Ela chorava não porque não iria ter outro balão, até porque a Mãe dizia-lhe que tinham mais em casa, mas porque tinha-se afeiçoado a este!

Eu rapidamente fiquei com a idade dela e imaginei o que pensaria naquele momento.

Provavelmente eu já teria dado nome ao balão.

Ele já seria um amigo para mim.

Então eu iria pensar em onde ele vai dormir agora que voou.

Se alguém o pode furar…

 

Enfim, e com isto tudo, dei por mim a pensar como se tivesse 4/5 anos…

 

A vida também é isto.

E eu também adoro balões.

 

Créditos da Fotografia: Unsplash

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Maria Amélia ícone
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