Trump | Adormeci com medo e acordei ainda com mais medo

Lembro-me quando foi o Brexit ter dito: “Agora a seguir ganha o Trump….”

Mas na verdade, não queria nada disso.

Mas fiquei assustada com a decisão do povo.

E desta vez ainda mais. Mais do que assustada, custa-me a entender.

São mudanças em sentido contrário.

São retrocessos.

Quando começou a campanha dele, para mim ele seria um candidato como o Manuel João Vieira já foi pré-candidato nas nossas presidenciais (não desfazendo o Manuel João), ou seja, era quase aquela figura engraçada de tanta barbaridade que lhe saia pela boquinha, mas que jamais seria uma verdadeira candidatura à corrida. Aquele tipo de candidato que estava mais por protagonismo (com um ego daqueles) do que pelo cargo em si. Aquele tipo de candidato com uma tal postura incendiaria que só queria dar nas vistas. Mas com o tempo a passar e com a concorrência também ela fraca, comecei a temer o pior… E confirmou-se.

Bem sei que não vivo nos EUA, e que muitas pessoas (até portuguesas) que lá vivem dizem que só vemos o que os tabloides e a imprensa quer passar.

Mas não há nenhuma magia por muito boa que ela seja, que me faça acreditar que o Donald Trump não é aquilo que mostrou ser durante a campanha.

Tudo o que disse.

A forma como o disse.

Todas as histórias (tristes) à volta dele…

Enfim…

Mas espero profundamente que tenham razão e que ele seja um bom presidente.

Os EUA e, por consequência, o mundo, não precisa de mais guerras. De mais preconceitos. De mais armas apontadas. Por isso, Deus queira que eu esteja errada e que todos aqueles que votaram e defenderam Trump saibam o que estão a fazer. Porque agora é ele que vai ser o presidente nos próximos anos.

Não é que morresse de amores pela Hillary, mas entre um e outro…

Lembro-me da eleição do Obama. Lembro-me de no dia seguinte vestir uma t-shirt coma a bandeira dos EUA. Sentia-me orgulhosa e sentia que o mundo tinha dado um passo à frente.

Hoje sinto-me envergonhada. Incrédula. E com muito medo.

Quero acreditar que o Presidente dos Estados Unidos não tem assim tanto poder como parece ter (o Congresso também tem muito poder). E que nem tudo o que prometeu de mau, vai conseguir cumprir.

Quero acreditar que ele vai mudar a postura.

Quero acreditar em tanta coisa, mas sinceramente, hoje… estou incrédula, porque sinto que andamos para trás.

E depois vejo o discurso e parece que está na Casa dos Segredos a fazer agradecimentos a uns e a outros… Oh god!

Muros é mau.

Não se tinha acabado com essa cena dos muros há umas décadas atrás?!

E a seguir é o quê? A Marine Le Pen?

No meio disto tudo penso na sorte que temos em ter um Presidente como o Prof. Marcelo.

E agora o pior mesmo é dizer adeus ao Obama.

E à Michelle.

Isso sim, é difícil.

E a partir de agora, os Estados Unidos da América vão ser representados pelo Donald Trump e com tudo o que isso implica.

Donald Trump é a voz alta de pensamentos perigosos que antes só se tinham em silêncio. E bem alta.

E isso, dá-me um medo do caraças!

 

 

Créditos da fotografia: Dave Blahlentino

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Maria Amélia ícone
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