Tim Vieira | O melhor e o pior do Web Summit

Este ano, parece que o Web Summit surgiu do nada. Senti que houve menos hype e mais um sentimento natural e autêntico em relação ao Web Summit 2017, o que é ótimo.

Fiquei agradavelmente surpreendido, com o quão madura Lisboa e os nossos empreendedores locais se tornaram, apenas no segundo ano do Web Summit, nesta maravilhosa cidade.

A organização da cimeira, a segurança e os transportes da cidade foram fantásticos, mas o mais impressionante foi a mentalidade dos nossos empreendedores em relação ao que se espera deles e deste evento.

Senti que o evento do ano passado foi avassalador para o nosso ecossistema empreendedor, ainda em fase de arranque, e que muitos empresários pensaram que estavam lá para atrair investimentos e esqueceram-se de tudo o resto. Este ano, as expectativas eram diferentes, mais realistas e, finalmente, mais sustentáveis para o sucesso futuro.

Então, o que vi que mostra o melhor do Web Summit:

– Vi empresas que estiveram em fases Alpha e Beta, no ano passado, no Web Summit, agora em níveis mais avançados de desenvolvimento. Muitas empresas com modelos de negócios aprimorados e prontos para crescerem com o investimento ou parceiros certos. Muitas empresas que não estavam focadas no investimento directo para chegarem ao próximo nível, mas mais em parcerias ou alianças estratégicas. Esta é uma óptima notícia, pois Portugal pode ter uma grande vantagem nesta área, devido aos baixos custos de funcionamento, mas também por oferecer um excelente mercado de teste para comprovar o conceito, bem como uma plataforma de lançamento para as fases de expansão. É bom ver as empresas não desaparecerem, mas serem resilientes e regressarem ao Web Summit. Espero ver algumas voltarem em 2018, com níveis de desenvolvimento ainda maiores ou com sucesso comprovado. Isto é o que é necessário para gerar ainda mais sucessos nas empresas portuguesas. O sucesso gera sucesso em todas as áreas. Também adorei ver algumas das nossas maiores empresas, em parceria ou a apoiar as novas empresas. Isto ajuda muito as start-ups a terem maiores oportunidades de sucesso, já que muitas das empresas estabelecidas possuem grandes canais de distribuição, que estas ainda não têm.

– Vi também um grande número de mulheres em todas as áreas, tanto nas start-ups, como participantes ou oradoras convidadas. Isto é absolutamente essencial para o nosso sucesso no futuro, já que as mulheres não estão à margem da mudança, mas sim no seu centro. Elas são e serão, no futuro, ainda mais importantes nas áreas de tecnologia, empreendedorismo e a criar soluções para o nosso planeta, em todas as indústrias e setores. O futuro é realmente um mundo feminino e é melhor fazer parte deste. Eu senti uma mudança e que o melhor ainda está para vir, quando ambos os sexos começarem a trabalhar em conjunto e a usar as capacidades interpessoais e intelectuais para encontrarem as melhores soluções para os desafios comuns.

Mesmo com todas as questões atuais, de assédio sexual em Silicon Valley e Hollywood, tenho a sensação de que o pior ficou para trás e que precisamos de olhar para o futuro e não começar um jogo de culpa. Quanto mais cedo ambos os sexos estiverem verdadeiramente focados a trabalhar em conjunto para superarem os desafios nos negócios, ou quaisquer outros, maior será a probabilidade de sucesso. Espero que esta seja uma tendência a continuar, pois apenas traz benefícios.

– Também tive o privilégio de experimentar o efeito de networking, que o Web Summit traz para os eventos noturnos, como jantares, encontros e cocktails no final do dia. É aqui que muitos relacionamentos de longo prazo são iniciados ou cimentados. E estes são essenciais para garantir ligações fortes, com vista ao crescimento e expansão dos nossos negócios, em todo o mundo. Os portugueses são excelentes anfitriões e comunicadores, pelo que temos de usar estes talentos para nos ligarmos ao mundo, através de pessoas que podem ajudar a fazer a diferença.

A minha lista sobre o pior não é realmente em relação ao Web Summit, pois tal seria injusto. Eu vejo o quanto melhorou este ano, tanto graças ao trabalho da organização, como da cidade de Lisboa.

– Então, eu diria que, se houver mais melhorias a serem feitas, é no setor dos negócios e do empreendedorismo. As empresas em 2018 devem marcar reuniões mais estratégicas e garantir que falam com todos os game changers, relativamente aos seus negócios. Não devem ficar à espera da oportunidade milionária que irá mudar o seu negócio, mas devem sim ir ao encontro e marcar reuniões com os potenciais game changers.

– No que se refere aos oradores, seria interessante se o público pudesse estar mais envolvido, colocando perguntas ou dando opiniões. Tal, criaria mais interação e, até mesmo, a obter mais dos oradores, melhorando a experiência de todos os envolvidos.

Também tivemos um tsunami da palavra IA (inteligência artificial). Sim, acredito que este será um grande tema e uma oportunidade atual e futura, mas ao mesmo tempo há oportunidades de disrupção em muitas outras áreas. Não sigam simplesmente as tendências, mas encontrem o vosso próprio nicho competitivo e concentrem-se em obter vantagem competitiva.

Em geral, todos os envolvidos estão de parabéns. Desejo as melhores felicidades (e trabalho árduo) a todas as empresas e espero vê-las de novo em 2018.

O meu último comentário é que a Web Summit possa realizar o evento em Lisboa nos próximos 10 anos, pois acredito que os dois fazem um casal perfeito.

 

Tim Vieira

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Este texto saiu primeiro na plataforma Link to Leaders.

 

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