Raças de cães potencialmente perigosos

Eu não sei quanto a vocês, mas eu estou farta desta frase e da ignorância que a acompanha.

Mas ainda mais farta dos donos dos cães destas raças!

Apesar de ter sérias dificuldades em entender e aceitar este “generalizar” fácil e básico, sei que são sete as raças consideradas potencialmente perigosas e que são assim consideradas devido à alegada agressividade da raça, ao porte e dimensão da mandíbula.

Se eu concordo com esta generalização?! Claro que não!

Se já tive alguma má experiência com um cão de porte grande? Não, mas já fui mordida por uma migalha que devia ter umas 900 gramas.

E a culpa é dele? Não! É de quem não o educa.

Se lhe dei um pontapé na cabeça? Não! Ainda que me apetecesse, mas ainda apetecia mais dar ao dono!

Agora quanto às sete raças consideradas potencialmente perigosas há uma série de regras que têm que ser cumpridas e acabou!

Têm que ir à rua com trela curta e açaime.

Tem que ter seguro, chip, registo criminal do dono e mais um monte de coisas.

A multa pode ir de 500 a cerca de 5000 euros.

E caso as coisas corram mal, os responsáveis pelos cães podem ser condenados por crime, com uma pena até três anos.

Esta é a lei e acabou!

Não dá para nos armarmos sempre em “chicos espertos” e donos da razão.

É a lei! Temos que cumprir!

Porque senão o que acontece é sempre a mesma merda…

Quem paga na maioria das vezes?!

Os cães! Que são os únicos que não têm culpa nenhuma.

É o elo mais fraco!

Agora aqueles matulões que fazem dos cães uma extensão da masculinidade, que andam a pavonearem-se nos jardins com um Pitbull sem açaime e trela armados em Schwarzenegger de Vilar Formoso têm que ser severamente multados, senão qualquer dia acontece uma desgraça e lá vai o cão ser abatido.

“Quem não tem unhas não toca guitarra!”

Se não conseguem educar um cão destes, se não o querem ou podem treinar com alguém especializado, se não conseguem ou querem cumprir a lei aplicada em Portugal acerca das sete raças potencialmente perigosas, aconselho vivamente a terem um coelho. Daqueles fofos, com orelhas grandes. Chamam-lhe Tarzan Taborda, ele vai adorar!

E depois há lá animal melhor para fazer selfies em tronco nu a mostrar os músculos com o peludinho ao colo?! Já imaginaram o sucesso que vão fazer no Facebook?!

Poupem-me! E poupem esses cães de ser abatidos.

Escrevo este post hoje, porque ao que parece, nas últimas 24 horas existiram três ataques de cães a pessoas (acho que todas eram crianças).

No caso em concreto do ataque de um Rottweiler a uma menina de 4 anos, mais uma vez se vê o tipo de dono que este cão tinha. O cão limitou-se a ser aquilo que eles são melhores, a ser fiel ao seu dono. Neste caso, não tem culpa de ter um dono completamente inconsciente e acéfalo.

Mas quero partilhar convosco que uma das cadelas mais pachorrentas e fofas que conheci na minha vida era uma Rottweiler. Chamava-se Roberta e era a melhor amiga e fiel companheira de uma vizinha minha que tinha 80 e tal anos. Foi educada para ser um cão de companhia e ser um apoio dela. A DªCarminha apoiava-se na cabeça da cadela e lá iam passear. Dormia no chão junto à cama da dona e no sofá colocava-se debaixo dos pés dela. Era uma Rottweiler e era muito fofa, mas ia sempre à rua de trela e açaime e tinha todas as formalidades exigidas. Se fazia sentido nesta cadela? Não, mas é a lei.

Se a DªCarminha tinha força para ela? Claro que não, por isso é que a Roberta tinha tido vários meses de treino.

Se a DªCarminha incutia nela a agressividade? Não. Ao invés disso, tomavam juntas o pequeno almoço. Torradas para as duas.

E desconfio que até a meia de leite a Roberta bebia!

É assim, quem faz os cães são os donos!

 

Créditos da fotografia: Pixabay

 

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2 Replies to “Raças de cães potencialmente perigosos”

  1. É por isso que gostamos tanto de ti! Até nos arrepiámos a ler este texto. É tão isto! Obrigado por seres quem és e por te partilhares connosco!
    Desde que conheço a Telma que sei que o sonho dela é ter um rottweiler. Sei que ama todos os cães incondicionalmente, mas também sei que o coração fala ainda mais alto quando é desta raça. Teve um arraçado de rottweiller em infância que não conseguiu salvar de um atropelamento que o matou. Esse era pequeno e muito feroz. Ainda criança, estava a ser educado. Conta-me muitas vezes a história e já a sei decor.
    No outro dia fomos à feira para compar legumes e levámos a Chiclet, uma peste de todos os tempos, muito difícil de educar. Nós, inexperientes, aprendemos todos os dias um pouco com ela, mas ainda estamos a aprender. Há que ter consciência que todos os cães têm dentes. A par de dentes, têm vontades, necessidades e são seres sencientes. Por isso qualquer cão é de raça perigosa se tiver sob o comando da verdadeira raça humana: os homens! Em relação a esta história uma senhora dizia para a Chiclet “assim é que deviam ser todos”. A Telma não se controlou. Só me faz passar vergonhas quando o assunto é deste género e disse “Esta ainda pode ser mais violenta que a maioria dos rottweilers, tem é um tamanho que não deixa fazer parte do que é um levantar de pata de um cão a sério”. A senhora ficou escandalizada. Contra nós falou, porque ainda a estamos a educar e já nos devíamos ter rendido a esquecer vídeos do youtube e livros, para irmos ter com quem sabe. Mas por isso mesmo, e por vivermos num apartamento, não temos o tão querido rottweiler. Sabemos que não temos o espaço que ele necessita. Sabemos que ainda estamos em aprendizagem. Há que ter noção de tudo nesta vida. Coisa que parece faltar à maioria da humanidade. Cada vez mais perdemos a esperança nas pessoas…
    Só esperamos que o cão escape!

    _Pedro.

    1. Vocês são tão queridos e eu gosto tanto de vocês. <3
      A vossa frase:
      "qualquer cão é de raça perigosa se tiver sob o comando da verdadeira raça humana: os homens", diz tudo. É mesmo isso... eles são animais, irracionais, com instintos animais, que têm que ser educados para estar em sociedade com humanos. É muito mais simples do que parece, as pessoas é que complicam. Há cães mais fáceis que outros, que se educam mais fácil ou mais rápido. Eu já passei por experiências extremistas, ora tive um cão que parecia um humano e percebia tudo à primeira, como tive uma cadela que me dava conta da paciência e onde tive que apostar tudo nela, os tais videos que vocês falam, os livros, os episódios todos do Cesar Milan, os treinos e mesmo assim foi muito difícil. Só não podemos é desistir deles e ter calma porque cada cão tem o seu ritmo. E nada disso tem a ver com a raça, porte, tamanho da mandíbula, mas, por ter tido a experiência de ter um cão de grande porte, na minha opinião não se pode ter um cão grande sem o conseguirmos controlar com a voz, porque numa situação limite, por muita força que se tenha de braços, se um cão de 50 quilos (que esteja à trela) desata a correr tem tudo para correr mal, enquanto que se for um cão pequeno, rapidamente o puxamos para cima e o bloqueamos no colo.
      Uma coisa que aprendi ao longo da vida com os cães que fui tendo é que quando estamos na rua tudo é meio imprevisível. Ou seja, o nosso cão até pode ser educado, andar a ritmo lento, respeitar e tudo mais, mas de repente cruza-se com um cão que o quer atacar, ou que vem solto, ou se vê um gato do outro lado do passeio, ou qualquer situação destas, somos nós que o temos que controlar, pela segurança dele e pela nossa. Afinal de contas, ser "dono", que à partida é uma palavra tão feia, não é mais que sermos totalmente responsáveis por eles, sermos a cabeça da relação, porque eles são o coração, sermos quem se preocupa, quem assegura a saúde e alimentação, quem os protege e assegura a segurança e eles fazem a parte deles, ou seja, amam-nos incondicionalmente. <3

      Beijinhos! <3

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Maria Amélia ícone
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