O lápis é o meu melhor amigo imaginário

Sempre tive amigos imaginários.

Não sei bem porquê, mas sempre tive.

E tinham nomes.

E lembro-me das cores que escolhi para cada um vestir.

E com cada um falava de temas diferentes.

Mas viviam comigo 24h por dia.

Eram os meus melhores confidentes.

E nunca me sentia sozinha.

Apesar de muitas vezes viver numa solidão estranha.

Mas eles estavam sempre lá.

E dormiam todos no lado direito da minha cama.

Hoje já não me lembro dos nomes deles.

Nem das cores que vestiam.

E perdi a inocência de falar com eles.

E a ingenuidade de os proteger como se existissem.

Mas dou por mim a pegar no lápis sempre que quero partilhar algo.

Sempre que a alegria colossal me invade.

Ou aquela tristeza penetrante que me faz falhar a voz.

E é nele –no meu lápis- que procuro o ombro.

Aquele ombro que às vezes vestia uma camisola de lã verde.

E outras um casaco de ganga rasgado.

Porque agora, o lápis é o meu melhor amigo imaginário.

 

Créditos da fotografia: Annie Spratt

 

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Maria Amélia ícone
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