“Não sei se faço bem em ir…”
“Oh Susana mas algum dia esse encontro tem que acontecer…”
Foi assim que o Guilherme tentou acalmar a Susana que está com uma crise de nervos.
Há 4 anos o marido foi se embora. Deixou-lhe apenas uma depressão. E um coração vazio.
Em Fevereiro deste ano alguém lhe contou que ele tinha uma namorada.
Mas não era uma namorada qualquer. A Cármen.
Aquela prima que a Susana sempre quis ser como ela.
E o primeiro encontro seria no jantar de Natal.
Iriam estar todos, os avós, os pais, os primos…
E a Cármen e o ex-marido.
A depressão já estava quase degolada mas o coração continuava vazio.
Nunca mais o viu. O medo do encontro era maior que tudo.
E ia vê-lo exactamente no mesmo sítio onde ele lhe tinha prometido como presente um par de filhos.
Pensou sempre que a palavra sempre, era possível.
Mas não foi e agora a realidade era outra.
“Então assim será. Irei vazia mas irei sair ainda mais vazia do que vou entrar.”