Foi há 17 anos que me ensinaste a Amar

Hoje fazes 17 anos! 17 anos!

O tempo passou e hoje estás um homem, um homem lindíssimo.

Apaixonei-me por ti muito antes de teres nascido.

No dia em que a tua Mãe me contou que estava grávida fiquei logo apaixonada por ti.

Nesse dia fiquei tão atrapalhada que troquei as gotas dos olhos por outras e andei com os olhos vermelhos e a arder durante 3 dias!

Nesse dia, era uma quinta-feira, convoquei a “minha tropa” para sair porque algo de muito importante tinha acontecido.

Quis ir celebrar aquilo que eu sabia ser uma certeza!

Um Amor do mais bonito que ia viver.

Tu já existias! Tu já eras meu!

E eu nunca imaginei se serias parecido com a tua Mãe ou com o teu Pai…

O meu êxtase era tão grande que eu nem conseguia pensar com discernimento.

Só te queria. Só te queria na minha vida.

E num ápice nasceste…

Lembro-me tão bem a primeira vez que te vi.

Esses olhos enormes… esse olhar sem medo…

E eu, por sua vez, aterrada de medo que alguém me mandasse pegar em ti.

E isso aconteceu… mas eu não queria.

Tinha tanto medo de “te estragar”…

Eras tão perfeitinho, tão bonito e tão simpático…

Lembro-me de te pegar e de te cheirar.

Se hoje fechar os olhos, sinto esse cheiro, sabes?

E nesse momento o meu coração confirmou: isto é Amor.

Cheira a Amor. Senti por dentro o que nunca tinha sentido até então.

Depois tornaste-te no bebé mais bonito que alguma vez vi.

Não é por seres meu sobrinho, mas caramba, ver-te a sorrir com aquelas covinhas todas, desarmava qualquer um…

Ainda me lembro da música que estava a ouvir no momento que nasceste, era a “Gabriel”, de uma banda que talvez nem conheças chamada Lamb.

Nesse momento, tinha acabado de acontecer a maior e melhor coisa da minha vida.

Provavelmente não te lembras de muitas coisas divertidas e parvas que fazíamos.

E talvez ainda bem… eram mesmo parvas!

Vou-te contar algumas e depois podes-me chamar de palerma à vontade!

Lembro-me de pormos panos da cozinha na cabeça e de cantarmos e dançarmos as músicas da Floribela.

Também me lembro de te levar a lavar o meu carro (mesmo quando não estava sujo), só para te ver gargalhar ao veres as escovas e a espuma a passar pelo carro todo.

Lembro-me de cantarmos a música “Chaga” dos Ornatos Violeta aos gritos.

Talvez não saibas, mas a primeira vez que calçaste uns Vans tinhas pouco mais de um ano e estavas a dar os primeiros passos.

Calcei-te os meus e tu achaste tanta graça porque naquela altura ficavam-te enormes.

E hoje és tu que calças o 45/46, e podia ser eu a calçar os teus e a ficarem-me enormes.

Tu tinhas um dialecto próprio, que eu adorava e chorava de rir!

Lembro-me também de te vestir as minhas sweat’s com 30 dobras nas mangas porque te ficavam enormes, como se fossem um vestido.

Lembro-me de te adormecer ao colo mais de 1 hora e saber que isso era errado, mas o prazer que me dava era bem maior do que o resto.

Um dia passeávamos em frente da casa dos avós e tu apanhaste uma flor e deste-me. Rebentavas-me o coração em todos os momentos.

Mas o que eu me lembro mesmo é da tua cara, sempre que eu aparecia de surpresa na casa dos avós à hora de almoço…

Caraças pá! Isso é impagável! Por muito que escreva nunca o iria conseguir descrever.

Afinal tinha esperado a vida toda, por ver alguém a olhar para mim dessa maneira.

Quando estava doente, fechava os olhos e pensava nisso tantas vezes.

Outra coisa que talvez não saibas, é que quando estava doente e me assolavam as dúvidas e os medos, eu só pensava que te queria ver crescer, que não podia perder a luta, por ti.

Também talvez não saibas, mas foste tu que me disseste que as minhas “petanas” estavam a voltar a crescer.

Também nunca te contei que um dia quando estava doente e cheia de “porquê a mim?”, “porquê que isto me foi acontecer a mim?”, alguém me disse assim:

“Pensa em alguém que gostes muito e pensa que antes acontecer a ti do que a essa pessoa.”

E com todo o meu egoísmo e porque sofri para caraças, digo isto apenas a ti, antes a mim do que a ti. Antes a mim do que alguma vez a ti!

Quando tinhas cerca de 11 anos estávamos no centro comercial e disseste que precisavas de ir à casa-de-banho e eu dei-te a mão e disse: Vamos!

E tu: Tia, eu já tenho 11 anos, vou sozinho.

E eu aceitei a tremer das pernas e a contar os segundos para que aparecesses, até que comecei a gritar para dentro da casa-de-banho:

“Rafinha, estás bem…! E tu apareceste a rir (envergonhado)!

E sempre que me escapava uma asneira e ficava em pânico e dizia:

“Rafinha isto não é para ouvires…!”

Tu rias e dizias: “Já sei tia…” Com aquele ar de quem já te tinhas habituado às minhas parvoíces!

Depois cresceste e um dia estávamos a almoçar e disseste que tinhas uma namorada e eu tentei disfarçar, mas a verdade é que não morri engasgada por sorte.

Fui aprendendo a lidar com o teu crescimento.

A tua adolescência foi (e ainda é) igual a de todos, difícil…

Aprendi a dar-te espaço e a perceber que o nosso amor iria resistir a tudo, sem que te impusesse regras de me telefonares, mandares mensagem ou me escrevesses um postal. Entre nós não há isso.

Na nossa relação, para além de muito amor, há muita liberdade e respeito.

Nunca te consegui chamar Rafael, não por te achar que és uma criança pequena, mas o meu coração só te reconhece por Rafa e por Rafinha, perdoa-me por isso.

Isto parece uma verdadeira carta de amor, e é. É mesmo.

Eu não tenho nenhuma história menos boa contigo.

Eu não tenho nenhuma birra, nenhuma chatice…

Eu não tenho nada que não seja bom, divertido ou coberto de amor contigo para contar.

Mas foi contigo que tive um dos piores momentos da minha vida.

Aquele dia que foste hospitalizado… desse dia consigo descrever pouco, porque ainda hoje quando penso nisso, fica um silêncio em forma de medo.

Parece que desde o momento que o teu olhar ficou fixo, o meu coração deixou de bater…

Lembro-me na altura de dizer a uma amiga minha que se isso corresse mal, mais valeria que desaparecêssemos todos.

Porque Rafinha, a nossa família sem ti, não fazia qualquer sentido!

Depois disso, tatuei-te em mim porque percebi que viver sem ti, seria o maior dos impossíveis. E vai ser sempre uma tatuagem que olho e que emociono.

17 anos se passaram e o amor por ti é incondicional, é muito mais que um amor para a vida toda, porque é um amor que vai ser de sempre e para sempre.

17 anos se passaram e eu não tenho queixa nenhuma tua, nem uma pequena birra, nem uma cara feia, nada!

Nunca me desiludiste, nunca me desafiaste, nunca me deixaste triste.

Nunca me desprezaste. Nunca foste mau ou rude comigo. Nunca me desrespeitaste. E espero que sintas o mesmo a meu respeito.

Tenho saudades tuas e ver-te crescer tem sido das melhores coisas da minha vida.

Hoje, gostamos das mesmas coisas, calçamos os mesmos ténis, usamos os mesmos chapéus, vestimos as mesmas sweat’s e trocamos amor.

Foi há uns meses atrás que numa das várias mensagens que trocamos que disseste:

“Podes contar comigo!”

Era um dia triste para mim e o meu coração parou, parou porque me encheste de amor.

Porque cada coração que recebo teu, é muito, mas muito mais que um simples emoji, é amor.

Rafinha, muitos parabéns! Estás um homem tão bonito, os teus pais esmeraram-se muito, também a genética ajudou! Os genes das famílias não são maus de todo! 😉

Desejo-te uma vida cheia de amor, de saúde e que te rodeis sempre das pessoas certas.

Desvia-te do que não interessa, foca-te no que é importante e vai-te divertindo nos intervalos da vida mais séria e mais “chata”.

Faz as escolhas certas, arrisca sempre com consciência e nunca te esqueças que em casa, nos teus, encontras sempre um porto seguro.

Tens uma família que te ama desmesuradamente e que serão (seremos) sempre a tua maior certeza.

Eu sei que a matemática, a biologia e outras do género são uma grande piiiiii… mas dá lá o teu melhor, porque eu sei que és capaz!

Amo-te desde o dia que eras mais pequeno que um feijão.

Amo-te desde o dia que te riste para mim pela primeira vez.

Amo-te desde o dia que me deste a mão pela primeira vez.

Amo-te desde o dia que vi os teus olhos brilharem por me veres.

Amo-te desde o dia em não te importaste por eu estar careca.

Amo-te desde o dia que me deste o primeiro abraço.

Amo-te desde o dia que me disseste pela primeira vez que gostavas de mim.

Amo-te sempre que me mandas um coração.

Amo-te todos os dias, porque não saberia viver sem ti.

Parabéns meu querido Rafinha, são 17!

Aproveita, sê feliz que “isto” passa num ápice!

Obrigada por existires na minha vida e por me fazeres tão feliz.

Esta fotografia foi num dia muito especial, depois de uma batalha tão dura e foi assim e sempre será.

As nossas mãos lado a lado, bem como os nossos corações.

Serei a tua Tia para o que quiseres e precisares. SEMPRE!

Porque é disto que vivo, é de Amor incomensurável por ti.

 

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